sábado, 17 de abril de 2010

Há praticamente uma semana, boa parte dos aficcionados por Futebol - assim, com letra maiúscula, pois considero o esporte uma instituição no Brasil - ingressou em uma maratona que se repete de 4 em 4 anos. Falo da coleção do álbum da Copa do Mundo, que mobiliza muita gente em busca das figurinhas dos ídolos da bola, numa correria que envolve a compra de muitos pacotes por dia, trocas frequentes com amigos e até desconhecidos, enfim, tudo para que se completem as seleções que estarão no mundial daqui a pouco mais de 1 mês. Mas o que serve de mote para isso? Sinceramente, não sei explicar. É curioso que essa mobilização ocorra, uma vez que ajuda a registrar a o maior evento esportivo no mundo para a História e que servirá para que nossos filhos e netos acompanhem e possam perguntar, nunca se sabe por que as figurinhas do Japão são menores que as outras, ou até mesmo o motivo de Ronaldinho Gaúcho estar no álbum já que dificilmente estará na copa daqui ha pouco tempo - mas pai, por que esse cabeludo está no álbum se o Brasil foi hexa sem ele? - Não sei, filho, talvez porque muita gente quisesse que ele fosse convocado, mas o Dunga perseverou e não o levou. Além do mais, ele era muito firuleiro! - Afirmo, ainda, que muitos se lembrarão eternamente a primeira seleção completa, a primeira figurinha, o primeiro escudo... Uma outra pergunta que se pode fazer, é o motivo dessa avidez pela compra dos pacotinhos se, na verdade, é muito mais fácil mandar um email pra Panini, editora do álbum, com o número das que são necessárias para que se complete o álbum. Isso, é fácil de se explicar. Digo, sem medo de errar, que a maior graça das figurinhas é a expectativa que move o ser humano atrás do desconhecido e do mistério que está por tras daquele envelopinho laranja com a promessa de felicidade, ainda que fulgaz, de tirarmos o Cristiano Ronaldo, o Messi, ou até, com sorte, uma figurinha brilhante! Mas lembrem-se, figurinha brilhante só se troca por brilhante. Aliás, isso me lembra outro fator fundamental: a integração e a criação de laços sociais e afetivos que são gerados através de uma simples troca! Principalmente se você tem o azar de tirar um monte de repetidas, como o meu caso. Azar? Ou não! Talvez seja uma sorte se inserir nesse círculo de trocas, uma espécie de "capital simbólico" ou, melhor dizendo, "pacotinhos simbólicos" Esse frenesi é, sem dúvida, sensacional. Ainda faltam pouco mais de duzentas e noventa figurinhas, inúmeras incursões ao jornaleiro - outro vício, o de passar em frente a uma banca e tentar se segurar, muitas vezes sem sucesso - até que o ciclo se acabe, chegue o dia 11 de junho e acabe esse ciclo. Até que comece tudo de novo, em 2014, dessa vez com Neymar, Coutinho, dentre outros. Aliás, alguém tem a número 328 repetida?

4 comentários:

  1. colecionar o álbum da copa é uma das coisas de criança que pretendo fazer até o fim da vida...porém, esse ano, tá complicado...alguém faz uma vaquinha pro amigo Gondim? rs

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  2. Maneiro o texto, legal ver o blog funcionando!

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  3. "Mas Pai, por que o Dunga levou este Gilberto Silva ou o Felipe Melo que sucumbiu diante do Messi, e não o Ronaldinho Gaúcho, único jogador com talento equiparável? Papai, por que o Dunga não levou a dupla mais espetacular de todos os tempos: Neymar e Ganso? Por que papai, por que?"

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  4. Eu gosto de apreciar o álbum, sabe? Negócio de ficar desesperado pra completar não é comigo. Gosto de folhear, pensar sobre as informações dos jogadores, ver os times que são altos, os que são baixinhos, achar alguns dados absurdos (Cambiasso não tem 1,77m !), ver quem faz aniversário junto comigo, reparar nos traços dos seres humanos de cada país , estabelecer metas (preciso crescer na Eslovênia, tá muito pobrinha), reparar se determinadaa seleção possui muitos jogadores de uma mesma cidade ou se é mais espalhada pelo país, criar simpatias (adoro o Kim do Heon e a seleção de Honduras) e antipatias (Odeio o Nilis e a seleção da Suiça), etc etc etc.

    Nunca completo um álbum. Mas isso é secundário, sei lá.

    Bjoks!

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