sábado, 1 de maio de 2010

Um Jogo Para Vida!

“Alguns jogos não tem apenas 90 minutos. Podem durar a vida inteira.” (PLASSMANN, Raul. In: Twitter. 2010)
O presente artigo foi inspirado pela frase do ex-goleiro e atual comentarista de futebol, Raul Plassmann (o homem da camisa amarela). Não sigo o Raul no Twitter, não sei de que partida especificamente ele está falando. Mas sei que concordo com ele. Há jogos que são eternos. Que não acabam nunca. Porque o jogo de futebol não é só um jogo de futebol. É a conversa do bar, é a crônica do cronista, é a análise do analista. Envolve paixão, amor, ódio, raiva, esperança, e uma outra infinidade de sentimentos do corpo e da alma do ser humano. O futebol é uma dádiva bretã ao resto do mundo. Diferente do que você, amigo leitor, está pensando, eu não vou falar do meu jogo que não acabou. Seria egocentrismo demais, num espaço em que eu divido com você e com autores de grande brilhantismo também. O blog não é meu. O blog é nosso. Como nosso é o amor pelo futebol. Ainda que eu não fale sobre o meu jogo eterno eu citarei exemplos desses jogos. Obviamente, só falarei daqueles os quais meus olhos tiveram o prazer de apreciar. Como esquecer de Vasco 4 x 1 Flamengo, pelo Brasileirão de 1997? Três de Edmundo. Marica completa a goleada descontada por Júnior Baiano. Eu lembro bem. Eu tava lá. É um jogo que marca, pro bem e pro bem. Não acabou ali. Ainda povoa rodas de discussão. Ainda é argumento vascaíno contra os rubro-negros. Estes, por sua vez, jamais esquecerão os 43 minutos daquele segundo tempo de final de Estadual contra o Vasco. Falta (que não foi). A torcida do Vasco gritava “é campeão”, porque mesmo com a derrota de 2 x 1 o caneco iria pra São Januário. Mas Dejan Petkovic silenciou a massa cruzmaltina e levou ao êxtase flamenguista à esquerda das cabines de rádio e tv. É o Pet, é o Pet, é o Pet!!! Como não mais conversarmos sobre França 3 x 0 Brasil, na final da Copa do Mundo de 1998? A CBF vendeu mesmo a Copa? A Nike obrigou mesmo Zagallo a barrar Edmundo e bancar Ronaldo mesmo depois da convulsão? Respostas que nunca foram e jamais devem ser respondidas. Pra discussão não morrer. Pro imaginário social não parar de criar teorias sobre o fato. Por fim, só queria dividir com os amigos o sentimento de ainda viver um jogo de futebol que já não existe em estrito senso. Não há mais ninguém nas arquibancadas, nem jogadores em campo. O servente do estádio já recolheu a rede. Mas o jogo ainda ta rolando, aos olhos da memória e do coração. Eterno, enquanto durar.

4 comentários:

  1. Alguns jogos tornam-se mesmo jogos pra vida. Definiu bem. Realmente, para o bem e para o mal. De cabeça agora lembro de 2 que não me trazem boas lembranças (até hoje!), porém por motivos diferentes: Flamengo 2X2 Grêmio, final da Copa do Brasil de 1997. Tinha 11 anos e na bagagem já algumas decepções com o Flamengo. Mas, nesse dia, parecia que nada ia dar errado. Enfim, deu. Chorei de soluçar. Acho que foi minha maior decepção no Futebol. A imagem continua nitidamente em minha memória. Carlos Miguel FDP!

    A outra é Vasco 4X3 Palmeiras, salvo engano, Copa Mercosul de 2000. Era época de secar muito o Vasco. E tava dando certo. Muito certo, por sinal. Eis que surge o segundo tempo e a históris todos já conhecem. Tem jogos em que não deveria existir o segundo tempo. Mas existiu, e hoje já não lembro com tanta inveja. Na época, lembro de pensar e temer que a fase de ouro dos vascaínos não iria ter fim. Porém, no ano posterior, surge Dejan Petkovic...

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  2. Excelente texto, mais um, ao lado do ótimo do Gondim também, e do Lugui.

    Jogos para sempre, não à toa é nome de série no Sportv.
    Os meus? O do Tri, do Pet, sem dúvida alguma.
    O flamengo e Santo André no Maracanã, e o Fla x América do México.

    Dois vexames e uma glória. O pior, depois de um jogo pra sempre, para o bem ou para o mal, é o "dormir". Dormir depois de uma sacolada do america mexicano, em pleno maraca, é foda.
    A pessoa pensa no que deu errado, no que poderia ter sido diferente, em como o Fabio Luciano fez falta, como o Cabañas tava inspirado, etc...

    É a mágica do futebol.

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  3. Pois é. Brasil 2 X 3 Itália para mim é o jogo que não terminou. Eu não vi. Mas sinto como se tivesse visto.

    A minha maior decepção na vida como torcedor é um Flamengo 2 X 3 Portuguesa, em 1998, acho, um jogo que não valia nada, mas uma das primeiras vezes que fui ao Maraca como torcedor e levamos um gol no último minuto. Não é um jogo que outros irão se lembrar, mas lembro mto dos gols do Marcos Assunção neste jogo.

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  4. Olá! Eu vou citar três jogos, de humilde:

    - A "final" da TG de 1996: Flamengo 2x0 Vasco, gols de Romário e Sávio. Ronaldão, Mancuso e Nélio jogavam nesse time. Coisa linda, obrigado, Senhor! Eu estava no estádio, vestindo uma camisa do Flamengo.

    - Brasil 1x0 USA, na Copa de 1994. Gente, que sufoco! A hora do "Faz Bebeto! faz Bebeto!" do Galvão, cara. De matar! Eu estava no play do meu prédio, vestindo uma camisa do Brasil.

    - Suécia 2x2 Romênia, quartas-de-final em 94. No tempo normal foi 1x1. Prorrogação, 2x2, pá. Daí a Suécia leva nos pênaltis. Torci muito pela Romênia. Gostava daquele time (eu até "era" o Rauduciou nas peladinhas da vida. Não podia ser o Hagi, já que não sou canhoto). Além disso, eu tinha medo de enfrentar a Suécia na semi-final. Fiquei boladão quando o Ravelli defendeu o último pênalti. Eu estava em um aniversário de coroa em Olaria, vestindo uma camisa branca de abotoar.


    Aliás, dá pra citar uns 40 jogos daquela Copa, né, bicho? Poxa vida.

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